Edifícios em Punta Pacifica, Cidade do Panamá, Panamá. Foto: Gerardo Pesantez/Banco Mundial
Bancos que somam mais de 47 trilhões de dólares em ativos, ou um terço da indústria financeira global, assinaram no domingo (22) os novos princípios de responsabilidade bancária da ONU, em um importante impulso à ação climática e a uma migração para modelos de crescimento econômico sustentável.
De acordo com os novos princípios, lançados um dia antes da Cúpula do Clima em Nova Iorque, os bancos se comprometeram a alinhar estrategicamente seus negócios com os objetivos do Acordo de Paris para o clima e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), além de ampliar a escala de suas contribuições para o alcance das duas agendas.
De acordo com os novos princípios, lançados um dia antes da Cúpula do Clima em Nova Iorque, os bancos se comprometeram a alinhar estrategicamente seus negócios com os objetivos do Acordo de Paris para o clima e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), além de ampliar a escala de suas contribuições para o alcance das duas agendas.
“Os Princípios da ONU de Responsabilidade Bancária são um guia para que a indústria bancária global responda, impulsione e se beneficie de uma economia de desenvolvimento sustentável”, afirmou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, durante o evento de lançamento. Segundo ele, os princípios também “criam um sistema de prestação de contas que gera responsabilidade e ambição que podem impulsionar a ação”.
Ao assinar o documento, os bancos se comprometem a ampliar seus impactos positivos, ao mesmo tempo em que reduzem os negativos, além de gerir os riscos de seus produtos e serviços tendo em vista as pessoas e o meio ambiente.
“A resposta de vocês, como líderes de negócios, (a esses desafios) pode ser um momento definidor para nossos objetivos globais. Somente a cooperação entre o público e o privado pode realizar o desenvolvimento sustentável”, disse Guterres.
Ele desafiou os 130 signatários e mais de 45 de seus presidentes-executivos, reunidos para o evento, a não apenas alinhar seus objetivos de negócio aos ODS, mas também a apoiar a igualdade de gênero, a investir na ação pelo clima e a interromper os investimentos em combustíveis fósseis e poluentes de maneira geral.
“Vamos depender de vocês para ampliar a escala de financiamento para negócios que estimulem o crescimento verde”, disse o secretário-geral da ONU, acrescentando: “façam suas apostas na economia verde, não na economia cinza, porque a economia cinza não tem futuro”.
Seguindo a mesma linha, Inger Andersen, diretora-executiva da ONU Meio Ambiente, disse aos banqueiros: “quando o sistema financeiro transfere seu capital de investimentos marrons e de alto consumo de recursos para aqueles que respaldam a natureza como uma solução, todos e todas saem ganhando no longo prazo”.
Os Princípios foram desenvolvidos por um grupo central de 30 bancos fundadores por meio de uma parceria global inovadora entre instituições financeiras e Iniciativa Financeira da ONU Meio Ambiente.
Apesar de as ações contra as mudanças climáticas estarem crescendo, ainda estão longe do que precisamos para alcançar a meta de aquecimento limite de 1,5 °C do Acordo do Paris. Enquanto isso, a biodiversidade continua a diminuir a taxas alarmantes e a poluição rouba milhões de vidas a cada ano.
Com esse pano de fundo, a ONU Meio Ambiente afirmou que mais ambição, respaldada por uma transformação radical nos investimentos do setor privado, é necessária para enfrentar esses desafios e assegurar que a humanidade viva de forma a garantir um compartilhamento equitativo dos recursos dentro das fronteiras planetárias.
Os setores privado e bancário podem se beneficiar de seus investimentos nessa transição. Estima-se que a implementação dos ODS possa destravar 12 trilhões de dólares em economia de custos e geração de receitas anualmente, criando mais de 380 milhões de empregos até 2030.
Fonte: NAÇÕES UNIDAS BRASIL